Rússia envia primeira remessa de carne suína para a China desde 2008

MOSCOU (Reuters) – A Rússia disse nesta quinta-feira que enviou 27 toneladas de carne suína para a China, as primeiras exportações da carne para o país desde que Pequim impôs uma proibição à carne suína russa há quase 15 anos devido à peste suína africana.

O serviço veterinário e fitossanitário da Rússia, conhecido como Rosselkhoznadzor, disse que há alguns anos tenta abrir o mercado chinês à carne suína russa e que o carregamento ocorreu após o levantamento da proibição no ano passado.

“Em 7 de março, o Rosselkhoznadzor monitorou o envio do primeiro lote de carne suína de fabricação russa para a China, com um volume de 27 toneladas”, disse.

“Em Setembro de 2023, o lado chinês levantou as restrições relacionadas com a Peste Suína Africana que estavam em vigor contra a Rússia desde 2008.”

A China é o maior importador mundial de carne e também o maior produtor de carne suína. Os maiores vendedores de carne suína e vísceras para a China são Brasil, Espanha, Canadá, Estados Unidos, Dinamarca e Holanda.

A Rússia transformou o seu mercado de carne suína: há duas décadas era totalmente dependente de importações, mas agora é totalmente auto-suficiente e exportou cerca de 255 mil toneladas de carne suína no ano passado, um aumento de 66% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Agricultura.

A Rússia quer abocanhar cerca de 5% do mercado chinês de importação de carne suína, de acordo com a União Nacional Russa de Criadores de Suínos.

O Departamento de Agricultura dos EUA disse em janeiro que estava revisando em baixa sua previsão para a produção global de carne suína para 2024 em 1%, para 114,2 milhões de toneladas, devido à menor produção na China, na UE e no Brasil.

“As exportações globais de carne suína para 2024 caíram 2% em relação à previsão de outubro, para 10,2 milhões de toneladas, à medida que a UE, os Estados Unidos e o Brasil competem cada vez mais por menores importações da China”, disse o USDA em janeiro.

A Rússia voltou-se para a China depois que a guerra na Ucrânia desencadeou a maior crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962.

O comércio entre a Rússia e a China – pouco afectado pelas sanções ocidentais impostas a Moscovo – disparou nos últimos anos, atingindo um recorde de 240 mil milhões de dólares no ano passado.

(Escrita por Guy Faulconbridge Edição por Tomasz Janowski)

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