O agronegócio brasileiro virou referência global em sustentabilidade durante a COP30, em Belém. Produtos com pegada de carbono negativa, como o café mineiro e o vinho gaúcho, vêm encantando visitantes e representantes de diversos países no evento, reforçando o protagonismo do Brasil em soluções agrícolas para o enfrentamento das mudanças climáticas.
A chamada “produção carbono negativa”, que retira mais carbono da atmosfera do que emite, foi destaque em espaços como a AgriZone, onde iniciativas da agricultura de baixo carbono foram apresentadas a líderes globais, pesquisadores, representantes da sociedade civil e produtores de diversos segmentos. Em Monte Santo de Minas, a fazenda do produtor Carlos Peliccer já colhe resultados concretos dessa revolução sustentável.
Com uma produção de 50 mil sacas por ano de café carbono negativo, ele afirma que a lavoura sequestra quatro quilos de carbono para cada quilo de café produzido. O conceito de pegada de carbono negativa ganhou espaço nos debates climáticos da COP30, sendo apontado como uma das práticas mais promissoras no setor agropecuário.
Outro produto que chamou atenção é o vinho produzido em Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul. A produção, certificada como carbono negativa, ganhou visibilidade por integrar práticas que reduzem drasticamente as emissões, com menor uso de água e preservação da biodiversidade.
Segundo Marjorie Kauffman, secretária de Meio Ambiente do RS, os resultados dessas práticas são comprováveis. O inventário de emissões do Rio Grande do Sul, concluído no mês passado, aponta uma redução de 27% nas emissões líquidas de carbono, resultado atribuído à adoção de técnicas sustentáveis em diversos cultivos, como o vinho gaúcho certificado como carbono negativo.
Efeito multiplicador no campo
O sucesso das iniciativas já inspira outros setores. Um produtor de cacau de Altamira afirmou que pretende unir café e chocolate carbono negativo em um produto único. A agricultura de baixo carbono tem se firmado como estratégia-chave para mitigar os impactos climáticos. Para Sidney Medeiros, representante do Ministério da Agricultura, a disseminação de informação e assistência técnica são essenciais.
“Nada melhor do que mostrar dados para aqueles produtores por meio de capacitação, assistência técnica, de que ao adotar uma prática de baixo carbono, eles vão ter melhoria de renda, vão estar mais preparado”, resumiu Sidney Medeiros, do Ministério da Agricultura.


