A ativista Greta Thunberg liderou, nesta segunda-feira (18), um protesto com cerca de 200 ambientalistas contra a maior refinaria da Noruega. Integrantes do movimento Extinction Rebellion bloquearam a entrada terrestre e marítima da refinaria de Mongstad, operada pela estatal Equinor, em Bergen. A manifestação pediu o fim da produção de petróleo e gás no país.
O ato começou por volta das 9h (horário local) e contou com ativistas posicionados em caiaques, veleiros e sentados na estrada de acesso ao complexo industrial. A polícia acompanhou a movimentação, que deve se estender ao longo da semana com novas ações. O grupo exige que o governo apresente um plano concreto para abandonar os combustíveis fósseis.
Greta Thunberg critica setor petrolífero da Noruega
“Estamos aqui porque está claro que não há futuro no petróleo. As energias fósseis levam à morte e à destruição”, afirmou Greta Thunberg, em comunicado divulgado pelos organizadores. A ativista também acusou a Noruega de ter “sangue nas mãos” por continuar investindo em combustíveis fósseis que agravam o aquecimento global.
A refinaria de Mongstad pertence à Equinor, empresa controlada pelo Estado norueguês. O governo de Oslo argumenta que a produção de petróleo e gás é essencial para garantir o abastecimento energético da Europa e para manter empregos e desenvolvimento tecnológico no país.
Equinor pretende manter produção até 2035
Mesmo diante das críticas, a Equinor anunciou planos de manter até 2035 a produção de 1,2 milhão de barris de petróleo por dia e 40 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. A Noruega é o maior produtor europeu dessas matérias-primas, sendo frequentemente cobrada por grupos ambientais por manter investimentos no setor.
Em 2024, o Parlamento norueguês autorizou a prospecção de minerais no fundo do mar. A decisão levou o WWF a processar o Estado por não realizar estudos de impacto ambiental, exigidos por lei. O país segue como alvo de críticas globais por contradições entre seu discurso ambiental e a prática energética.