A Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com a empresa privada Simbiose, apresentou um biofungicida inédito que promete revolucionar o controle de doenças em culturas como soja e milho. Resultado de quase dez anos de pesquisas, o produto une duas bactérias — o já conhecido Bacillus velezensis e o inédito Paenibacillus sp. — e apresenta alta eficácia contra fungos do solo, além de promover aumento na produtividade e menor impacto ambiental.
Segundo o pesquisador da Embrapa, Luciano Cota, a combinação das duas bactérias ampliou o espectro de ação da fórmula e garantiu maior estabilidade mesmo em diferentes condições climáticas do país. “Ao combinar duas bactérias, conseguimos não apenas combater fungos variados, mas também assegurar eficiência em ambientes de alta umidade ou calor intenso. É uma tecnologia pensada para a realidade do produtor brasileiro”, afirmou.
Nos testes realizados em lavouras de soja e milho, o biofungicida mostrou controle eficiente de patógenos como fusário, macrofomina e até doenças foliares como colletotrichum graminícola. Além disso, a aplicação resultou em ganhos médios de produtividade entre 4 a 6 sacas por hectare na soja e de 10 a 15 sacas no milho. Em comparação com os tratamentos químicos convencionais, o desempenho foi até 6 sacas superior em alguns casos.
Outro diferencial do produto está na forma de aplicação. Desenvolvido para o tratamento de sementes, o biofungicida exige uma dosagem reduzida: 40 ml por hectare no milho e até 120 ml na soja. “O produtor terá em mãos uma solução prática, de custo relativamente baixo e com benefícios diretos para a lavoura e para o meio ambiente”, destacou Cota. Segundo ele, os resultados mostram que os defensivos biológicos estão cada vez mais próximos de superar os químicos, inclusive em larga escala.
