O governo federal aprovou nesta segunda-feira (15) o Plano Clima, documento estratégico que orientará as ações do Brasil para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e zerar as emissões líquidas de dióxido de carbono (CO₂) até 2050. O plano é um desdobramento da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e será coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
A proposta prevê estratégias de curto, médio e longo prazos para adaptação e redução das emissões em diversos setores da economia. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o documento foi elaborado com responsabilidade, participação da sociedade civil e alinhamento com o agronegócio brasileiro. O plano teve contribuição técnica de representantes do setor produtivo e passou por consultas públicas com 443 sugestões sobre o Plano Setorial de Agricultura e Pecuária.
A elaboração do Plano Clima teve início em 2023, com coordenação do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM) e apoio do Subcomitê-Executivo (Subex). O processo contou com envolvimento técnico e político de ministérios, entidades setoriais e parlamentares. A Casa Civil coordenou o Subex, com secretaria executiva do Ministério do Meio Ambiente.
Em agosto, o Ministério da Agricultura promoveu reunião com a presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, e integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O ex-ministro Roberto Rodrigues foi definido como liderança técnica do setor para dialogar com o governo, o que, segundo Fávaro, trouxe mais organização e agilidade às discussões do plano.
Durante a COP30, realizada em Belém (PA), o governo brasileiro reforçou o compromisso com práticas agrícolas sustentáveis. “Fizemos a melhor participação da agropecuária em todas as COPs. Levamos ciência, dados e compromisso real com a sustentabilidade”, afirmou Carlos Fávaro, destacando que o setor agropecuário é o único com potencial de sequestrar carbono em larga escala.
O ministro ressaltou que, além de mitigar as emissões, a agropecuária pode capturar CO₂ por meio da fotossíntese e da recuperação de áreas degradadas. Entre agosto e dezembro, o governo realizou consulta pública das Estratégias Transversais e Planos Setoriais do Plano Clima, ampliando a participação social e garantindo maior transparência ao processo de construção do documento.


