O Banco do Brasil e a Natura anunciaram nesta semana, em Nova York, um convênio de R$ 50 milhões para financiar projetos de impacto socioambiental no Norte do país. A iniciativa tem como foco a expansão de sistemas agroflorestais (SAF), com a meta de recuperar 12 mil hectares de floresta na Amazônia Legal. Segundo as instituições, a parceria pode alavancar até R$ 2 bilhões em financiamentos.
O objetivo é potencializar benefícios sociais, econômicos e climáticos ao incentivar a produção sustentável do óleo de palma, usado em alimentos, cosméticos, biocombustíveis e produtos de higiene pessoal. A região de Tomé Açu, no Pará, concentra as ações do Projeto SAF Dendê, desenvolvido desde 2008 em parceria com a Embrapa e a Cooperativa Mista de Tomé Açu (Camta), que já implantou 650 hectares de cultivo consorciado de dendê com espécies como cacau, açaí, mandioca e pimenta.
Benefícios sociais e ambientais
O modelo agroflorestal se destaca por promover reflorestamento de áreas degradadas, resiliência climática, aumento da produtividade e melhoria da qualidade do solo. Estudos da Embrapa indicam que o manejo agroecológico reduz as emissões de gases de efeito estufa associadas à produção de dendê, além de aumentar a segurança alimentar das famílias agricultoras.
Segundo José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, o sistema pode elevar a renda do agricultor familiar em até 40% em comparação ao monocultivo. “É um modo de trabalho que valoriza jovens e mulheres, contribui para o sequestro de carbono e fortalece a sustentabilidade da produção”, afirmou.
O Banco do Brasil já soma R$ 2 bilhões em crédito voltado à sociobioeconomia na região amazônica em 2025. A instituição considera os modelos agroflorestais replicáveis e estratégicos para expandir o financiamento verde, alinhando preservação ambiental e desenvolvimento social.