CRISE NO SETOR

Tilápia paulista em risco: tarifa dos EUA pode gerar prejuízo de R$ 75 milhões

Medida afeta 35% das exportações feitas por SP e gera alerta para risco de desemprego e impacto direto em pequenos produtores

Tilápia paulista
Piscicultura de SP pode perder R$ 75 milhões em exportações neste ano (foto: Reprodução/Internet)

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A piscicultura do Estado de São Paulo pode enfrentar uma perda de até R$ 75 milhões em receitas de exportação até o fim de 2025. O impacto é consequência da nova tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre a tilápia brasileira. A medida compromete diretamente os produtores paulistas, responsáveis por 35% do total exportado ao mercado norte-americano no último ano.

Segundo a Associação dos Piscicultores em Águas Paulistas e da União (Peixe SP), o Brasil exportou R$ 200 milhões em tilápias para os EUA em 2024, com a maior parte das vendas (60%) concentradas no segundo semestre. “Aumentando a urgência do problema”, alertou a secretária executiva da entidade, Marilsa Patrício, em nota oficial.

Para reduzir os efeitos da tarifa, a Peixe SP afirma que atua em múltiplas frentes. A associação busca um canal político direto com autoridades dos Estados Unidos e apoia a qualificação das indústrias locais para acessar programas de crédito emergencial, como o ProAtivo, que permite a liberação de créditos acumulados de ICMS, e o Desenvolve SP, voltado a empresas impactadas por barreiras comerciais.

Além disso, a Portaria Interministerial 12 prevê o fornecimento de recursos e suporte aos produtores afetados. A entidade considera essencial que o governo estadual libere rapidamente os recursos e que a medida federal evite entraves burocráticos, garantindo que o auxílio chegue a tempo aos pequenos produtores, considerados os mais vulneráveis à perda de mercado.

Marilsa Patrício destacou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos não apenas afetam o volume de exportações, mas representam um risco crescente de desemprego no setor. A dirigente reforça que a sobrevivência da piscicultura paulista depende de uma resposta eficaz das autoridades para preservar renda, empregos e a sustentabilidade econômica da cadeia produtiva da tilápia no estado.

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