O poder de compra do suinocultor paulista frente ao milho registrou queda em outubro, pressionado pela desvalorização do suíno vivo e pela alta nos preços do cereal, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A redução na relação de troca reflete o descompasso entre oferta, demanda e custos de produção.
O que você precisa saber
- Suíno vivo recua 1,35% em SP desde o início de outubro;
- Preço do milho sobe 1,88% no mesmo período na região de Campinas;
- Relação de troca piora para o suinocultor paulista neste mês;
- Demanda enfraquecida pressiona cotação do animal no mercado;
- Farelo de soja também cai, mas impacto é menor que o do milho;
- Poder de compra segue acima da média histórica, segundo o Cepea.
Nesta quarta-feira (22), o indicador Cepea/Esalq apontou a cotação média do suíno vivo em R$ 8,79/kg no Estado de São Paulo, uma queda de 1,35% desde o início do mês. No sentido oposto, o milho teve valorização. Na praça de Campinas (SP), referência nacional, a saca de 60 quilos foi negociada a R$ 65,47, uma alta de 1,88% no mesmo período.
Relação de troca se deteriora, mas segue acima da média histórica
A diferença de comportamento entre os dois produtos tem impacto direto na relação de troca entre suíno e milho, principal item da alimentação dos animais. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda desaquecida pela proteína suína é o principal fator para a retração de preços, enquanto o milho encontra suporte nos estoques e nos custos logísticos para o suinocultor.
No caso do farelo de soja, outro componente importante da ração, o movimento também é de queda, porém menos acentuado que o do suíno. Ainda assim, a pressão sobre as margens do produtor permanece, principalmente em um cenário de incerteza no consumo interno.


