O mercado pecuário brasileiro manteve a estabilidade nas cotações do boi gordo nesta quinta-feira (21), segundo levantamento da Scot Consultoria. Das 32 regiões monitoradas, 24 não apresentaram variações em relação ao dia anterior. Nas praças de referência de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), a arroba segue negociada a R$ 308 no pagamento a prazo.
Apesar da firmeza nos preços, parte dos frigoríficos reduziu o ritmo de compras, devido ao alongamento das escalas de abate nos últimos dias. O cenário reflete a perda de força no escoamento da carne bovina no mercado interno. Por outro lado, as exportações mantêm bom desempenho, impulsionando a sustentação do mercado e compensando a demanda doméstica mais fraca.
Segundo o analista Rodrigo de Mundo, da Scot Consultoria, a proximidade da estação de monta e os preços firmes dos animais de reposição devem reduzir a oferta de bovinos nos próximos meses. A projeção é que, com menor disponibilidade — especialmente de fêmeas — e com exportações aquecidas no segundo semestre, os preços do boi sigam sustentados até o fim do ano.
Exportações crescem e produção interna não acompanha
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que o volume de carne bovina exportada no primeiro semestre de 2025 superou em 164,1 mil toneladas os embarques do mesmo período de 2024. No entanto, a produção formal cresceu apenas 122 mil toneladas, o que indica uma menor oferta interna e contribui para um novo patamar de preços da arroba e da carne no atacado.
O indicador Cepea/Esalq revela que os preços médios do boi gordo e da carcaça casada no atacado da Grande São Paulo estão cerca de 35% acima dos valores registrados no mesmo período do ano passado, em termos reais. O avanço reflete o descompasso entre produção e exportações.