A China retomou oficialmente as importações de carne de frango do Brasil, encerrando o embargo imposto em maio após a confirmação de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma granja na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (7) pela Administração Geral de Alfândega do país asiático e confirmado pelo Ministério da Agricultura e pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A suspensão da compra do produto brasileiro havia sido adotada por cerca de 34 países após o episódio sanitário. No entanto, desde 18 de junho, o Brasil mantém o status de país livre da IAAP, após a conclusão dos processos de desinfecção da propriedade afetada e cumprimento de todas as exigências sanitárias. Apesar disso, a China ainda não havia revogado a medida, o que ocorreu agora, com efeito imediato, “com base nos resultados da análise de risco”, segundo comunicado das autoridades chinesas.
China era maior compradora da proteína brasileira em 2024
Até o mês do embargo, a China liderava as compras de carne de frango do Brasil. Entre janeiro e maio, os chineses importaram 228,2 mil toneladas da proteína, o que representou 10,4% do total exportado pelo país no período, gerando receita de US$ 545,8 milhões. A retomada do comércio deve impactar positivamente o desempenho do setor no último bimestre do ano.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, respondendo por cerca de 35% do comércio global. Em 2024, o setor já acumulava uma receita de US$ 10 bilhões com as vendas externas. A liberação chinesa reabre o maior mercado do segmento e consolida a confiança internacional no sistema sanitário brasileiro.
Canadá é o único país que ainda mantém restrição
Com a decisão da China, apenas o Canadá ainda mantém restrição à carne de frango do Brasil por conta do surto ocorrido no Rio Grande do Sul. A expectativa do setor é que o país norte-americano revise a medida nas próximas semanas, uma vez que o Brasil segue com seu status sanitário reconhecido.
A ABPA destacou que o fim do embargo chinês representa a recuperação de um importante parceiro comercial e reafirma a solidez do controle sanitário nacional. Para o governo brasileiro, a retomada das exportações também fortalece a imagem do país como fornecedor seguro e confiável de proteína animal no cenário internacional.


