O Brasil tem mais bois do que gente. É o que mostram os dados atualizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população brasileira alcançou 213,4 milhões de habitantes em 1º de julho de 2025, crescimento de 0,39% em relação ao ano anterior. Já o rebanho bovino nacional soma 235 milhões de cabeças, superando o número de pessoas no país.
Com o novo ciclo da pecuária, marcado pelo abate intenso de fêmeas, especialistas projetam que o rebanho bovino pode encolher em até 3% até o fim do ano. A estimativa é de que, em 2026, a oferta de carne bovina fique mais restrita, pressionando os preços para os consumidores. O número de animais abatidos, no entanto, não representa a totalidade do rebanho existente.
Entre os Estados, Mato Grosso continua liderando a pecuária, mesmo com redução no número de cabeças. Dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) apontam que o rebanho do estado soma 32,16 milhões de cabeças em 2025, queda de 2,03% em relação a 2024. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o descarte de matrizes explica a menor presença de fêmeas no campo.
Apesar da estagnação demográfica nacional, o IBGE registrou crescimento populacional em todos os estados, no Distrito Federal e nos municípios. São Paulo segue como o estado mais populoso, com 46 milhões de habitantes, o que representa 21,6% da população brasileira — cerca de um em cada cinco moradores do país.
No campo, São Paulo tem rebanho estimado em 11 milhões de cabeças de gado, conforme o Sistema de Identificação Individual e Rastreabilidade de Bovinos e Bubalinos (SIRBOV-SP). A diferença entre população humana e bovina no estado contrasta com a realidade de regiões como o Centro-Oeste, onde o número de bois continua superando o de moradores.
