RESISTÊNCIA COMERCIAL

Brasil quebra recorde de exportações de carne bovina mesmo sob tarifas dos EUA

Volume exportado cresceu 12,8% e receita subiu 37,4% em outubro, com destaque para a China

Carne
Exportações de carne bovina somaram US$ 1,897 bilhão em outubro (foto: Reprodução/Internet)

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As exportações brasileiras de carne bovina atingiram cifras históricas em outubro de 2025, mesmo sob impacto das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos desde agosto. Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 360,28 mil toneladas no mês, gerando US$ 1,897 bilhão em receita, altas de 12,8% e 37,4%, respectivamente, em relação a 2024.

No acumulado de janeiro a outubro, o Brasil exportou 3,148 mil toneladas de carne bovina, movimentando US$ 14,655 bilhões — um crescimento de 36% na receita e de 18% no volume na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os números representam novos recordes para o setor em ambos os indicadores.

China mantém liderança e supera US$ 7 bilhões em compras

A China segue como principal destino da carne brasileira, com 1,323 mil toneladas compradas até outubro. A receita somada chegou a US$ 7,060 bilhões, um aumento de 45,8%. O país asiático respondeu por 42% do volume exportado e por 48,2% do faturamento total. Em outubro, a participação chinesa nas exportações de carne in natura chegou a 58,7%. Pelo segundo mês consecutivo, as vendas para a China superaram a marca de US$ 1 bilhão. A carne in natura representa aproximadamente 90% da receita do setor.

Tarifas dos EUA derrubam vendas em até 70%

Mesmo com os bons resultados globais, o desempenho das exportações para os Estados Unidos sofreu forte retração. Após o tarifaço adotado pelo governo americano em agosto, as vendas de carne in natura para o país caíram 54% em outubro, somando US$ 58 milhões.

A carne industrializada também recuou 20,3%, para US$ 24,9 milhões, e o sebo bovino teve queda de 70,4%, fechando o mês com US$ 5,7 milhões. Entre agosto e outubro, as exportações de carne e subprodutos bovinos para os EUA recuaram 36,4%, com perdas estimadas em cerca de US$ 700 milhões. Apesar disso, outros mercados ampliaram sua participação.

União Europeia dobra volume importado em um ano

O bloco da União Europeia se consolidou como segundo maior destino da carne brasileira em outubro, com alta de 112% na comparação anual. As exportações para os países europeus somaram US$ 140 milhões no mês. No acumulado de 2025, a receita já chega a US$ 815,9 milhões, aumento de 70,2%.

O preço médio pago pela tonelada de carne in natura pela União Europeia foi de US$ 8.362, o mais alto entre os principais destinos da proteína brasileira, reforçando a relevância do mercado europeu para a agregação de valor às exportações do setor.

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