Após meses de perdas, a carne suína voltou a ganhar competitividade frente à de frango no mercado brasileiro em outubro. A reversão no cenário ocorre após a sequência de impactos causados pela gripe aviária registrada em maio, em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a melhora é resultado da movimentação recente nos preços das duas proteínas.
O surto de gripe aviária havia prejudicado as exportações brasileiras de carne de frango, o que pressionou os valores de comercialização da proteína entre junho e o início de setembro. Com preços mais baixos, a carne de frango passou a ser mais atrativa para o consumidor, prejudicando o mercado da proteína suína no período, de acordo com o Cepea.
Desde meados de setembro, no entanto, o cenário mudou. A retomada das exportações brasileiras de frango para a União Europeia, que estavam suspensas desde maio, ajudou a recuperar os preços do produto. Já a carne suína apresentou queda nos preços no início de outubro, o que reverteu a tendência desfavorável dos últimos meses.
Diferença de preços muda a balança no atacado
De acordo com dados do Cepea, o preço da carcaça suína especial no atacado paulista acumula queda de 2,93% em outubro, enquanto o frango congelado registra alta de 2,50% no mesmo período. Essa combinação favorece o retorno da competitividade da carne suína frente ao frango — cenário que não ocorria desde os primeiros impactos da gripe aviária no mercado interno.