Mesmo vivendo em áreas frequentadas por jacarés, as capivaras raramente são alvo desses predadores. O comportamento pacífico entre os dois animais chama a atenção de pesquisadores e observadores da natureza, principalmente no Brasil, onde ambos dividem margens de rios e áreas alagadas sem registrar conflitos aparentes.
Segundo especialistas, essa convivência está ligada a uma combinação de fatores físicos e comportamentais. As capivaras têm dentes frontais grandes e afiados, capazes de causar ferimentos em eventuais atacantes. Além disso, seu corpo robusto torna a captura difícil e desvantajosa, já que o esforço exigido pelo jacaré supera o retorno nutricional obtido com a presa.
Outro ponto decisivo é o comportamento social das capivaras. Esses roedores vivem em grupos, o que amplia a vigilância e reduz as chances de ataques bem-sucedidos. Elas também possuem excelente habilidade aquática, com nado ágil e capacidade de permanecer submersas por minutos, o que facilita a fuga de predadores tanto em terra quanto na água.
Capivaras convivem com múltiplas espécies sem gerar conflito
Quando há abundância de peixes e presas menores, jacarés preferem evitar confrontos com capivaras adultas. Por isso, a predação é rara. Filhotes, no entanto, ainda são vulneráveis a aves de rapina e outros predadores devido ao tamanho e fragilidade.
A tranquilidade das capivaras também permite que outras espécies compartilhem seu espaço com facilidade. É comum observar pássaros pousando sobre suas costas em busca de parasitas ou descanso. Tartarugas utilizam os roedores como apoio para se aquecer ao sol, e em cativeiro, as capivaras demonstram alta compatibilidade com diversos animais.
A postura não agressiva e o hábito herbívoro das capivaras explicam essa sociabilidade. Desde que tenham acesso à água e vegetação fresca, mantêm um comportamento pacífico, mesmo em ambientes com predadores potenciais. Essa característica reforça o fascínio por esses animais e sua capacidade única de coexistir em harmonia na natureza.


