ALERTA AMBIENTAL

Mais de 300 tartarugas-verdes encalham no litoral do Paraná em um mês

Monitoramento da UFPR aponta aumento expressivo nos encalhes em julho e reforça impactos ambientais

Tartaruga
Encalhe de tartarugas-verdes no litoral do Paraná cresce 502% em um ano (foto: Reprodução/Internet)

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O litoral do Paraná registrou um aumento expressivo no número de tartarugas-verdes encalhadas durante o último mês. De acordo com levantamento do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), realizado pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR), 314 animais foram encontrados, número 502% maior em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 52 registros.

Entre os animais encontrados, cinco ainda estavam vivos e foram encaminhados ao Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise da Saúde da Fauna Marinha, onde recebem cuidados clínicos especializados. As demais tartarugas foram localizadas sem vida ao longo da costa.

Inverno, ação humana e riscos crescentes à espécie

Camila Domit, coordenadora do PMP-BS/UFPR, destaca que a tartaruga-verde é comum na região em sua fase juvenil. A espécie é considerada residente temporária no litoral do Paraná e utiliza a área como zona de alimentação e desenvolvimento. “Essa concentração de encalhes é reflexo direto das pressões que esses animais enfrentam no ambiente marinho”, afirmou.

A chegada de frentes frias durante o inverno altera condições do oceano, como a temperatura da água, salinidade, ventos de superfície e correntes marinhas. Essas mudanças prejudicam a locomoção e a capacidade de alimentação das tartarugas. Além dos fatores naturais, o projeto aponta que a maioria dos encalhes está relacionada à atividade humana. Fragmentos de plástico, interação com redes de pesca e colisões com embarcações são as principais causas de lesões, fraturas e mortes.

Espécie vulnerável exige atenção contínua

A tartaruga-verde é considerada vulnerável à extinção no estado do Paraná. Segundo o PMP-BS, o aumento dos encalhes reforça a necessidade de ações preventivas e de conscientização sobre os impactos da presença humana no ecossistema marinho.

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