Os dinossauros do Brasil continuam a despertar o interesse de cientistas e entusiastas da paleontologia. Duas espécies descobertas em território nacional ganham destaque por representarem os maiores animais já identificados por aqui: o Uberabatitan ribeiroi, maior herbívoro brasileiro, e o Oxalaia quilombensis, maior carnívoro conhecido do país.
De acordo com o paleontólogo Luiz Eduardo Anelli, professor da USP, o Uberabatitan ribeiroi viveu há cerca de 70 milhões de anos na região de Uberaba, em Minas Gerais. O animal atingia até 26 metros de comprimento e pertence ao grupo dos saurópodes. Os fósseis foram localizados em formações rochosas do período Cretáceo, o que ajudou os pesquisadores a entenderem as condições ambientais da época.
Em comparação com os gigantes argentinos do mesmo período, como o Patagotitan (38 metros) e o Argentinosaurus (40 metros), o Uberabatitan era menor, mas ainda assim impressionante. A diferença de tamanho, segundo Anelli, reflete a variação dos ambientes entre os dois países durante o Cretáceo: enquanto o Brasil era mais seco e com menos alimento, a Argentina tinha florestas abundantes, propícias ao crescimento desses animais.
Oxalaia: predador gigante do período Cretáceo brasileiro
No campo dos dinossauros carnívoros, o Oxalaia quilombensis é o maior já descoberto no Brasil. O animal foi encontrado no Maranhão, em rochas com aproximadamente 100 milhões de anos. Com cerca de 14 metros de comprimento, o dinossauro pertence ao grupo dos espinossaurídeos, conhecidos por hábitos alimentares que incluíam principalmente peixes.
Segundo o professor Luiz Eduardo Anelli, o Oxalaia era um dinossauro pescador e sua descoberta, feita em 2011, ampliou o conhecimento sobre a presença de espinossaurídeos na América do Sul. A espécie posicionou o Brasil entre os principais países em descobertas relevantes sobre predadores do Cretáceo.