Agosto marcou a primeira queda nas vendas de máquinas agrícolas em 2025. O setor recuou 7,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, movimentando R$ 6,15 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O desempenho negativo está ligado ao tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
De acordo com Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq, a medida gerou três impactos: redução de 4,1% nas exportações, retração nas compras de produtores de café e pecuaristas, além do efeito psicológico de adiar investimentos. “Todo empresário adia investimentos em um cenário desse até que tudo fique mais claro. Esperávamos o movimento em julho, mas o reflexo foi em agosto”, explicou.
Setor mantém previsão de crescimento
Apesar da retração, a receita do setor acumula alta de 14% no ano, somando R$ 46,26 bilhões de janeiro a agosto. Para 2025, a Abimaq projeta crescimento entre 6% e 10% em relação a 2024, com faturamento próximo de R$ 66 bilhões, abaixo do potencial de R$ 75 bilhões estimado para um ano normal.
No entanto, apesar do tarifaço a Conab estima aumento de 2,2 milhões de hectares na área de plantio em 2025/26. “É muita área a ser cultivada, então podemos entender que o agronegócio é um mercado saudável”, disse Bastos. Entre tratores e colheitadeiras, principais equipamentos do setor, houve aumento de 47,1% nas vendas no mercado interno em agosto, com 5.917 unidades comercializadas, sendo 5.437 tratores. No acumulado do ano, as vendas internas cresceram 22,7%. Já as exportações recuaram 16,2% em agosto e acumulam queda de 10,8% em 2025.


