O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que retira as tarifas adicionais de 40% aplicadas sobre 212 produtos agropecuários do Brasil. A medida atinge alimentos frescos ou in natura e representa um alívio para exportadores brasileiros, especialmente em meio à pressão inflacionária no mercado americano.
Além dos alimentos, a lista inclui fertilizantes, minérios, combustíveis fósseis, petróleo e derivados. A retirada das sobretaxas ocorre poucos dias após os Estados Unidos revogarem uma tarifa global de 10%, e vem em um momento em que o país enfrenta críticas da população por causa da alta no preço de itens como carnes, café e frutas.
Mesmo com a mudança, produtos como mel, pescados e café solúvel brasileiros continuam sendo taxados em 50%. O café verde (não torrado), no entanto, teve a tarifa extra zerada. Também foram beneficiados cortes de carne bovina, abacate, manga, banana, água de coco, chá, açaí, especiarias e outros vegetais, raízes e tubérculos.
Donald Trump justificou a decisão com base nas negociações em curso com o governo brasileiro e na necessidade de reduzir a inflação de alimentos nos Estados Unidos. O tarifaço, adotado em julho, havia elevado os preços de produtos básicos, como carne moída e café arábica, bastante consumidos no país.
Segundo Marcos Matos, diretor do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café), a mudança representa um “presente de Natal antecipado”. Ele destacou que o setor agora precisa recuperar sua presença no mercado americano, já que as exportações de café caíram pela metade nos últimos meses devido à tarifa adicional.
A senadora Tereza Cristina afirmou que a retirada da sobretaxa é positiva, mas o diálogo com os Estados Unidos continuará sendo prioridade. “É uma ótima notícia, mas ainda temos muito que trabalhar. Isso demonstra como os produtos agropecuários brasileiros são importantes no mercado norte-americano”, disse a parlamentar.
