GESTÃO

Terceirização da colheita tem melhor retorno que compra de máquinas

Estudo da CNA mostra que, mesmo com juros subsidiados, terceirizar o serviço oferece melhor rentabilidade na colheita em todas as regiões analisadas

Máquina agrícola vermelha
Terceirização lidera em rentabilidade entre os três modelos avaliados (foto: Reprodução/Internet)

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Mesmo com o crescimento do aluguel de máquinas no setor agropecuário, a terceirização segue como o modelo mais eficiente economicamente quando o tema é colheita. É o que mostra o estudo “Máquinas Agrícolas — Alugar, Comprar ou Terceirizar?”, divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Agroconsult e o Projeto Campo Futuro. Em todas as 12 regiões analisadas, a terceirização apresentou maior rentabilidade.

A principal explicação está na alta imobilização de capital exigida para a compra de colheitadeiras, somada à baixa utilização anual desses equipamentos. Com janelas operacionais curtas, muitas máquinas passam a maior parte do tempo paradas. Mesmo com linhas de crédito com juros subsidiados, o relatório conclui que terceirizar o serviço é a opção mais viável economicamente para os produtores de grãos.

Colheita terceirizada avança mesmo em regiões de alta produtividade

A análise mostra que, mesmo em áreas de uso intensivo, como o Centro-Oeste, o modelo de terceirização tem crescido. Já no Sul e no Matopiba — que reúne Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia —, a menor escala das propriedades e as janelas mais curtas de operação favorecem tanto a terceirização quanto, em menor escala, o aluguel de maquinário.

“O uso do maquinário é sazonal e a depreciação pesa no custo total”, diz o relatório. Segundo a CNA, os gastos com máquinas e depreciação representam 17% do custo operacional total (COT) dos produtores de grãos. Diante disso, muitos têm buscado reduzir a imobilização de capital fixo nas propriedades.

Simulações indicam que, desde 2019, houve aumento expressivo nos preços de equipamentos: plantadeiras subiram até 225%, tratores 154% e colheitadeiras até 124%. Com esse cenário, o investimento direto se tornou ainda mais oneroso, mesmo com crédito rural subsidiado.

Plantio e pulverização ainda dependem de frota própria

Se na colheita a terceirização lidera em competitividade, no plantio e na pulverização o cenário é diferente. Nessas operações, o uso intensivo ao longo da safra e, em alguns casos, também na safrinha, favorece o investimento em frota própria. Nessas etapas, os equipamentos apresentam maior aproveitamento operacional e são utilizados por mais tempo no ciclo agrícola.

A exceção são regiões como Campos Gerais (PR), Planalto e Alto Jacuí (RS) e Leste de Goiás, onde o uso das máquinas é mais limitado. Nesses casos, a terceirização também se mostrou mais rentável do que a compra, conforme apontou o levantamento. A pesquisa abrangeu áreas responsáveis por mais de 80% da produção nacional de soja, incluindo estados como Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Piauí, Tocantins, Rio Grande do Sul e Paraná.

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