TENSÃO

Produtores rurais da União Europeia protestam contra acordo com Mercosul

Agricultores alegam que tratado ameaça a subsistência do setor

Manifestantes observam barricada em chamas com pneus queimando e fumaça preta em área urbana cercada por prédios
Agricultores protestam contra o acordo Mercosul-União Europeia (foto: Reprodução/Internet)

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Agricultores e pecuaristas realizaram protestos com confrontos em Bruxelas, na Bélgica, nesta semana, contra a possível assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Os atos foram organizados por sindicatos rurais e reuniram manifestantes em marchas até a Praça Luxemburgo, onde fica o Parlamento Europeu. A expectativa é de que o tratado seja assinado ainda neste fim de semana, segundo agências internacionais.

O acordo prevê a eliminação progressiva de tarifas de importação entre os dois blocos econômicos e a criação de uma zona de livre comércio. No entanto, produtores rurais europeus alegam que os termos são desfavoráveis e ameaçam sua subsistência, diante da concorrência de países sul-americanos com padrões produtivos diferentes.

A pressão dos manifestantes ocorre em meio à votação no Parlamento Europeu, que aprovou mecanismos de salvaguarda em caso de aumento expressivo das importações agrícolas do Mercosul. As novas regras são mais rígidas do que a proposta original, e a Comissão Europeia já apresentou uma versão definitiva com medidas para proteger o setor local.

O acordo tem provocado divisões políticas dentro da União Europeia. França e Itália lideram a oposição. O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu salvaguardas e inspeções mais rígidas aos produtos do Mercosul, incluindo limitações ao uso de defensivos agrícolas. A medida também é vista como forma de conter o avanço da extrema-direita no país.

Na Itália, a primeira-ministra Georgia Meloni afirmou que considera “prematuro” assinar o tratado. Polônia, Bélgica, Áustria e Hungria também estão entre os países críticos. Já Espanha e Alemanha apoiam o pacto. O premiê espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que o acordo é fundamental para o fortalecimento geopolítico da União Europeia.

As discussões em torno do acordo ocorrem após mais de 25 anos de negociações entre Mercosul e União Europeia. A resistência de setores produtivos e disputas internas entre os países-membros dificultam a consolidação de um dos maiores tratados de livre comércio do mundo.

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