COMÉRCIO INTERNACIONAL

Produtores dos EUA pedem que Trump priorize soja em acordo com a China

Com mercado dominado pelo Brasil, principal associação de sojicultores americanos alerta Trump sobre prejuízos crescentes

A imagem mostra grãos de soja espalhados sobre uma superfície de madeira rústica. Os grãos, arredondados e de cor amarelo-clara, saem de um saco de tecido cru (estilo juta ou algodão) que está deitado, derramando o conteúdo. Ao lado, há uma colher de madeira cheia de grãos, reforçando o aspecto natural e artesanal da cena.
China aumenta importação de soja do Brasil e acende alerta nos EUA (foto: Reprodução/Internet)

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Diante da crescente perda de espaço para o Brasil no mercado de soja, a American Soybean Association (ASA), maior entidade do setor nos Estados Unidos, enviou uma carta ao presidente Donald Trump pedindo que a soja seja tratada como prioridade nas negociações comerciais com a China.

O alerta ocorre em meio à escalada de tarifas entre os dois países, que tornou a soja americana até 20% mais cara que a brasileira no mercado chinês — o maior comprador global da oleaginosa. “Os produtores de soja dos EUA estão à beira de um precipício comercial e financeiro”, escreveu Caleb Ragland, presidente da ASA e produtor rural do Kentucky. A informação é do Globo Rural.

Segundo a associação, as tarifas impostas pela China como retaliação às medidas comerciais dos EUA tornaram a soja americana economicamente inviável para os compradores chineses — favorecendo diretamente o Brasil. “Os produtores de soja estão sob extremo estresse financeiro. Os preços continuam caindo e, ao mesmo tempo, nossos produtores estão pagando significativamente mais por insumos e equipamentos. Os produtores de soja dos EUA não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com nosso maior cliente”, diz o texto.

Brasil consolida liderança global

De acordo com dados da alfândega chinesa divulgados pela Reuters, em julho de 2025, a China importou 10 milhões de toneladas de soja brasileira, volume 13,9% superior ao do mesmo mês em 2024. Em contrapartida, as importações de soja americana caíram 11,5% no mesmo período.

Esse desempenho fez as exportações totais do Brasil atingirem um recorde histórico para o mês de julho, com 12,25 milhões de toneladas embarcadas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No acumulado de janeiro a julho de 2025, o Brasil já exportou 77,2 milhões de toneladas de soja, outro recorde. Do total, 57,9 milhões de toneladas foram destinadas à China, consolidando o país como maior fornecedor global da oleaginosa.

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