A Orfeu tornou-se a primeira marca brasileira de cafés especiais a obter a certificação de agricultura regenerativa conforme a nova norma da Rainforest Alliance. As fazendas Sertãozinho e Cachoeira, localizadas em Botelhos (MG), e a Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama (SP), foram reconhecidas por adotar práticas agrícolas voltadas à regeneração ambiental. A auditoria foi conduzida pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).
As propriedades da Orfeu já contavam com a certificação de agricultura sustentável, obtida em 2014 e 2018. Agora, com o novo selo, a empresa se destaca por atender padrões mais exigentes de responsabilidade ambiental, social e climática. Ao todo, as fazendas somam cerca de 1 mil hectares de área cultivada com café, sendo que aproximadamente 30% dessas terras são mantidas como florestas protegidas.
O processo de certificação avalia diversas práticas de cultivo. Entre as ações adotadas pela marca, estão o uso de composto orgânico no lugar de fertilizantes químicos, a irrigação por gotejamento, a redução no uso de pesticidas e herbicidas, além da preservação de nascentes e da vegetação nativa. A Orfeu também investe em plantio de árvores nativas e em técnicas para evitar erosão e enxurradas, como caixas de contenção de água.
De acordo com Bem Hur Rosa, coordenador de certificação agrícola do Imaflora, a nova certificação surge como resposta à demanda crescente por produtos que sigam critérios ambientais mais avançados. Para Ricardo Madureira, CEO da Orfeu, o reconhecimento está alinhado à filosofia da empresa, que busca há 20 anos um modelo de produção resiliente e em harmonia com os recursos naturais.
Antes da Orfeu, apenas a Fazenda Nova Cintra, em Espírito Santo do Pinhal (SP), havia sido certificada pela Rainforest Alliance com base na nova norma no país. A organização informou que, por enquanto, a certificação se aplica exclusivamente ao café, mas há planos para expandir os requisitos para outras culturas nos próximos anos.