O valor de um melão pode variar drasticamente de acordo com a origem e a variedade da fruta. Enquanto o quilo do melão amarelo foi comercializado a R$ 4,12 na Ceagesp, em São Paulo, na última quarta-feira (20), no Japão dois melões da variedade Yubari King foram leiloados por 1 milhão de ienes — cerca de R$ 36 mil na cotação atual — durante o mês de maio.
O melão japonês, com preço 8,5 mil vezes superior ao do brasileiro, está entre as frutas mais caras do mundo. O produto é cultivado na ilha de Hokkaido, ao norte do Japão, e comercializado por meio de leilões organizados pela Associação de Melões Yubari. A fruta se tornou símbolo de luxo, requinte e tradição no país asiático.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, o Yubari King é um híbrido das variedades Earl’s Favorite e Burpee’s Spicy Cantaloupe. O solo vulcânico, a drenagem eficiente e o clima com variações de temperatura são fatores naturais que favorecem a qualidade do fruto. O cultivo é feito em estufas e com técnicas específicas que envolvem controle de temperatura e umidade.
Tradição e exclusividade elevam valor do melão japonês
A produção é realizada por mais de 140 agricultores locais, que seguem métodos padronizados para garantir que todos os melões tenham formato, casca e sabor uniformes. A rede formada na superfície da fruta é um dos principais critérios de qualidade. Técnicas como a hibridização de abelhas e o cultivo protegido contribuíram para o padrão elevado dos frutos.
A colheita é marcada anualmente por um leilão em Sapporo, maior cidade de Hokkaido. Em 2025, o evento ocorreu em 26 de maio. O recorde aconteceu em 2019, quando dois melões Yubari King foram arrematados por 5 milhões de ienes, o equivalente a R$ 180 mil na cotação atual.


