O plantio da soja da safra 2025/26 começa oficialmente neste domingo (7) em Mato Grosso, maior produtor nacional do grão, com um cenário preocupante. A umidade do solo está no menor nível dos últimos 30 anos, segundo levantamento da EarthDaily, empresa especializada em monitoramento agrícola via satélite. A tendência é de nova redução até pelo menos 17 de setembro.
Mesmo com o fim do vazio sanitário neste sábado (6), as condições climáticas devem levar muitos produtores a adiar a semeadura. A EarthDaily destacou que o calor extremo, com temperaturas acima de 40 °C, aumenta a evapotranspiração e acelera a perda de umidade no solo. Esse fator reduz o potencial de germinação e pode comprometer o desenvolvimento inicial das lavouras.
De acordo com projeções recentes do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Estado deverá cultivar 13,08 milhões de hectares de soja na temporada 2025/26, crescimento de 1,67% sobre a safra anterior. Apesar do avanço na área, o instituto já havia alertado nesta semana para as condições climáticas adversas, especialmente no início da nova safra.
Em outras regiões produtoras, a situação é mais favorável. Segundo a EarthDaily, áreas de Goiás e do Sul do país apresentam níveis satisfatórios de umidade no solo, o que permite que o plantio comece com maior segurança. A presença de condições hídricas adequadas favorece a germinação e o estabelecimento inicial das lavouras nessas localidades.
Já no Paraná, a situação é considerada heterogênea. No Norte Pioneiro, por exemplo, onde o plantio da soja já está autorizado, a umidade do solo está abaixo da média e pode atingir, nas próximas semanas, o menor nível dos últimos 10 anos. Com isso, há possibilidade de adiamento tanto da soja quanto do milho de verão, o que impactaria o calendário agrícola da região.
