TARIFAÇO

Geraldo Alckmin minimiza tarifa dos EUA: “Não vai cair o mundo”

Vice-presidente afirma que setor agropecuário pode buscar novos mercados

Geraldo Alckmin
Alckmin minimiza tarifa dos EUA e diz que agro pode realocar exportações (foto: Reprodução/Internet)

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O vice-presidente Geraldo Alckmin minimizou os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em declaração durante evento na sede nacional do PT, em Brasília, o político afirmou que a principal preocupação do governo está no impacto sobre a indústria de manufatura, que, segundo ele, enfrenta mais dificuldade para redirecionar suas exportações.

“Calçado, têxtil, são os que sofrem mais”, disse ele ao destacar que setores como carnes, café, pescados e frutas também foram afetados pela tarifa de 50% aplicada em duas etapas — 10% em abril e 40% em julho. No entanto, Alckmin avaliou que os produtos agropecuários têm maior capacidade de adaptação. “Café, não vendi lá, vou vender em outro lugar”, afirmou.

Segundo ele, a reação do mercado agro brasileiro tem sido rápida. “Porque comida, carne, eu não vendi lá, eu vou ter outros mercados. Não vai cair o mundo”, declarou. Para o vice-presidente, o Brasil segue competitivo no cenário global, mesmo com a restrição americana. “Perdemos competitividade com os Estados Unidos, mas com o mundo não”, disse, ao lembrar que a China segue como principal destino das exportações nacionais.

Governo quer ampliar acordos e pressionar por redução da tarifa

Geraldo Alckmin também voltou a defender a ampliação de acordos comerciais como resposta à sobretaxa americana. “O acordo Mercosul-União Europeia é o maior da história. Os países da UE devem assinar até o fim do ano”, afirmou. Ele mencionou ainda tratativas em curso com EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça), Cingapura e Emirados Árabes Unidos.

Apesar de buscar alternativas no comércio internacional, Alckmin disse que a ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é manter o diálogo com os Estados Unidos e pressionar pela revisão da medida. “Nós não vamos desistir de baixar essa alíquota e incluir mais produtos na lista de exceções”, garantiu. “A orientação do presidente Lula é negociar”, assegurou.

O vice-presidente também classificou a decisão norte-americana como “injustificada” e desequilibrada. “Dos dez produtos que [os EUA] mais exportam ao Brasil, oito não pagam imposto. É absolutamente zero. A [nossa] média tarifária é de 2,7%, baixíssima. E eles têm superávit na balança comercial, tanto de bens quanto de serviços”, concluiu.

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