Os preços do feijão podem deixar de cair nos próximos meses, após um período prolongado de recuo. A avaliação é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira (14) suas primeiras projeções para a safra 2025/26. Segundo a autarquia, a primeira colheita da leguminosa deve somar 947 mil toneladas, o que representa uma queda de 10,9% em relação ao ciclo anterior.
A Conab alerta que o desempenho da primeira safra depende de fatores como clima e sinal de preços durante a semeadura. Já a segunda safra tende a reagir com mais rapidez a eventuais oscilações de mercado. Para esse segundo ciclo, a projeção é de produção de 1,4 milhão de toneladas, um avanço de 3,6% frente à temporada anterior.
Em 2024/25, a forte queda nos preços favoreceu o acesso ao feijão por famílias de baixa renda. No entanto, segundo a Conab, o cenário atual é de estoques mais enxutos nas redes varejistas, o que pode levar à interrupção, ainda que leve, da trajetória de queda. A seletividade na reposição também contribui para um ambiente de preços mais pressionado.
Mesmo com oscilações na oferta, o consumo deve seguir estável, com expectativa de 2,8 milhões de toneladas em 2025/26. O comportamento da demanda e a reposição dos estoques ao longo do ano serão determinantes para a formação de preços, especialmente no varejo, que já opera com margem reduzida de abastecimento.