A Costa Rica autorizou a importação de castanha-do-Brasil, abrindo mercado para um dos principais produtos da sociobiodiversidade amazônica. A decisão foi comunicada nesta semana pelas autoridades sanitárias locais e, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem papel estratégico para comunidades extrativistas que coletam a castanha de forma sustentável.
Em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 272 milhões em produtos agropecuários para a Costa Rica. Com a nova autorização, a castanha passa a integrar a lista de itens disponíveis ao mercado centro-americano, que exige padrões de origem e qualidade. A medida integra o esforço do governo brasileiro para ampliar destinos: desde 2023, foram abertas 443 novas oportunidades de exportação em 72 países.
Impacto para comunidades amazônicas
O Mapa e o Itamaraty ressaltam que a liberação amplia as possibilidades de renda para extrativistas da Amazônia. Cooperativas e associações locais são vistas como peças-chave para agregar escala e negociar preços mais favoráveis. No entanto, produtores e exportadores terão de atender a requisitos de rastreabilidade, embalagem e certificações que agreguem valor no mercado externo.
Sustentabilidade como diferencial
Segundo o governo, a autorização reforça a estratégia de diversificação de mercados e valorização de produtos de origem sustentável. Para transformar a abertura em benefício efetivo, especialistas apontam a necessidade de investimentos em logística, assistência técnica e políticas públicas que garantam expansão da produção qualificada sem comprometer a floresta.