A colheita de trigo no Rio Grande do Sul está atrasada em relação à média histórica e deve enfrentar mais dificuldades nos próximos dias. Segundo o analista Elcio Bento, da consultoria Safras & Mercado, menos de 5% da área foi colhida até o momento, enquanto a média para o período é de 15%. Apesar do ritmo lento, a expectativa para a produtividade das lavouras é considerada positiva.
O principal ponto de atenção, de acordo com Bento, é a concentração da maturação. A previsão é de que até a próxima semana cerca de 50% das lavouras estejam prontas para colheita, coincidindo com um período de chuvas previstas, o que pode prejudicar a qualidade dos grãos e atrasar ainda mais os trabalhos no campo.
Produção nacional exige equilíbrio com importações
Ao nível nacional, o cenário é de ajuste fino entre oferta e demanda. O estoque inicial da safra atual é de 984 mil toneladas, com produção estimada em 7,59 milhões de toneladas. As importações devem alcançar 7,216 milhões de toneladas, aumento de 1,14 milhão na comparação com o ciclo anterior, informou o analista durante o Congresso Internacional da Indústria do Trigo, realizado no Rio de Janeiro.
A demanda total projetada no país é de 15,107 milhões de toneladas, sendo 12,7 milhões destinadas à moagem e 405 mil toneladas para ração e sementes. As exportações estão estimadas em 2 milhões de toneladas, valor que pode ser revisto conforme o desempenho da colheita gaúcha nas próximas semanas.


