LIDERANÇA GLOBAL

Brasil deve ultrapassar US$ 3 bilhões em exportações de tabaco

Levantamento da Deloitte aponta alta de até 20% no volume exportado

Tabaco
Exportações de tabaco devem passar de US$ 3 bilhões em 2025 (foto: Reprodução/Internet)

Compartilhe:

O Brasil deve ultrapassar a marca de US$ 3 bilhões em exportações de tabaco até o fim de 2025. A projeção foi feita pela consultoria Deloitte com base em dados fornecidos pelas empresas associadas ao Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). O crescimento estimado varia entre 2,1% e 6% em relação ao desempenho de 2024, quando o setor movimentou US$ 2,97 bilhões em divisas.

Segundo a pesquisa, o volume de tabaco exportado deve aumentar entre 15,1% e 20% no comparativo anual. Entre janeiro e setembro de 2025, o Brasil já embarcou 376,9 mil toneladas, o que representa uma alta de 19,23% na comparação com o mesmo período do ano anterior. As divisas no período somaram US$ 2,35 bilhões, aumento de 16,22%.

Brasil mantém liderança global no comércio de tabaco

Os principais destinos do tabaco brasileiro foram Bélgica, China, Indonésia, Estados Unidos, Turquia e Emirados Árabes. Com esse desempenho, o Brasil deve manter a liderança mundial nas exportações de tabaco pelo 33º ano consecutivo, posição que ocupa desde 1993.

O presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, destacou que os números superam a média da última década. “Os números refletem o sucesso da boa safra comercializada junto aos produtores e superam a média histórica da última década de 500 mil toneladas e US$ 2 bilhões em divisas todos os anos”, afirmou Thesing, em nota divulgada pela entidade.

Tarifas dos EUA e logística no Porto de Rio Grande afetam o setor

Apesar dos resultados positivos, o setor enfrenta desafios. Um deles é a queda nas exportações para os Estados Unidos, que reduziram suas compras após a adoção de uma tarifa adicional. Em 2024, o país comprou 40 mil toneladas, ao custo de US$ 255 milhões. Em 2025, até agosto, foram exportadas 28 mil toneladas, que geraram US$ 173 milhões. Ainda há 12 mil toneladas de tabaco com embarques suspensos.

“Embarcamos o que foi possível até agosto, quando a tarifa adicional entrou em vigor, mas ainda temos 12 mil toneladas de tabaco processado e comercializado que estão com os embarques suspensos”, alertou Thesing. Ele afirmou que uma solução é necessária para evitar impactos futuros no campo e na indústria.

Outro ponto de atenção está no Porto de Rio Grande, por onde passa mais de 90% do tabaco exportado. Novas regras do Tecon, terminal de contêineres do porto, reduziram o prazo para entrada de cargas, criando gargalos logísticos. Empresas relatam dificuldades para armazenar os contêineres, o que elevou os custos de armazenagem e atrasou embarques.

“Grande parte dos terminais da costa brasileira está muito acima de sua capacidade operacional, estando vários deles com poucas janelas de atracação e cais congestionados”, completou o presidente do SindiTabaco. Algumas associadas relatam contêineres parados no terminal há mais de 40 dias, o que pode comprometer o desempenho do setor no fechamento do ano.

Compartilhe:

O Notícias do Agro utiliza cookies para melhorar a sua experiência.