A produção da agroindústria registrou queda de 5,3% em junho de 2025 em comparação ao mesmo mês do ano anterior, marcando o pior desempenho para junho desde 2019 e o mais fraco dos últimos 44 meses. Com isso, o setor fechou o primeiro semestre com retração acumulada de 0,7%, segundo dados do Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), calculado pela FGV Agro com base em informações do IBGE.
O que você precisa saber
- Agroindústria recuou 5,3% em junho, pior resultado desde 2019;
- Setor fecha primeiro semestre de 2025 com retração acumulada de 0,7%;
- Alimentos de origem vegetal caíram 10,8% na comparação anual;
- Produção de biocombustíveis teve queda histórica de 45,1%;
- Carnes e insumos agropecuários foram destaques positivos no período.
O setor começou 2025 com crescimento de 2,1% no primeiro trimestre, mas perdeu força nos meses seguintes, acumulando recuo de 3,1% entre abril e junho. O resultado foi puxado principalmente pelos segmentos de alimentos e bebidas, que caíram 1% no semestre, e pelos produtos não alimentícios, que apresentaram queda de 0,4% no mesmo período.
Segundo o relatório da FGV Agro, a desaceleração está diretamente ligada ao enfraquecimento da economia brasileira, influenciada por uma política monetária mais restritiva. A elevação dos juros e a menor oferta de crédito têm impactado negativamente a cadeia de produção da agroindústria, afetando desde a demanda por insumos até a distribuição final dos produtos.
Em junho, o grupo de alimentos e bebidas teve queda de 3,5%, com retração quase generalizada. A exceção foi a produção de alimentos de origem animal, que avançou 2,6%, impulsionada pelo bom desempenho das cadeias de carnes, laticínios e pescados. O cenário, segundo a FGV, não foi impactado pela gripe aviária nem por medidas internacionais recentes, como o tarifaço anunciado por Donald Trump.
Em contraste, os alimentos de origem vegetal apresentaram forte queda de 10,8% em junho em relação ao mesmo mês de 2024. O desempenho negativo foi puxado por setores como conservas, sucos, refino de açúcar, café, trigo e arroz. A única exceção foi a produção de óleos e gorduras, que registrou leve crescimento no período.
